Disciplina - Ensino Religioso

Ensino Religioso

04/06/2013

Angkor Wat atrai turistas do mundo todo para o Camboja

Em Angkor, para onde se olha tem um pedaço da história do Camboja. E percorrendo esse lugar é praticamente impossível não se impressionar, não sentir um impacto com essa visão: a visão do templo de Ta Prohm, totalmente dominado pela natureza.

O que era um antigo mosteiro budista, hoje lembra um daqueles castelos das histórias de filme de terror. As raízes enormes parecem mãos que seguram firmes nas pedras. Elas sustentam árvores com mais de três séculos e crescem forçando passagem.

Dependendo da maneira como se olha, Ta Prohm é assustador. Um espaço perfeito para a imaginação viajar.

Foi nesse templo que a atriz Angelina Jolie se transformou em uma heroína sensual e indestrutível. No portão ela descobriu jasmins. E, claro, todo mundo quer estar no mesmo lugar onde Angelina passou. Por isso esse é o espaço mais disputado do templo. E muitas vezes sai briga. É todo mundo querendo tirar uma foto.

As ruínas de Ta Prohm estão sendo restauradas, mas as árvores não correm nenhum risco. Elas já fazem parte de um cenário único que não pode ser destruído.

Há mais de 800 anos, os gigantes do templo de Bayon olham para a cidade de Angkor. Rostos de pedra sorridentes e tranquilos. São quase 200. A sensação é que estão vendo tudo.

Mas a grande atração é uma construção em homenagem aos deuses hindus, que com o tempo virou também um lugar sagrado para os budistas.

Angkor Wat: o templo que é o maior monumento religioso do mundo, e hoje é um símbolo, a imagem do Camboja, atrai gente do mundo inteiro. Gente que quer ver de perto essa maravilha, esse patrimônio da humanidade.

Mais de 50 mil pessoas trabalharam durante quase 40 anos para erguer o templo que simboliza a imagem do mundo celestial.

O templo foi construído para ser um lugar de elevação espiritual de nobres e religiosos da época, que iam para uma espécie de retiro. Mas eles precisavam primeiro equilibrar os elementos da natureza: água, fogo, terra e ar. Para isso, eles se banhavam nas águas de piscinas. Depois de anos de preparação, e já purificados, eles acreditavam que pudessem atingir o céu, o nirvana, o paraíso.

As dançarinas sensuais que decoram as paredes conduziam esta viagem espiritual. Em todo o complexo de Angkor, existem centenas delas. Desenhos delicados contam também a história de guerras vencidas pelos antigos moradores da cidade de Angkor.

Para os hindus, as cinco torres representam o sagrado. A mais alta era a morada dos deuses. E para chegar lá em cima, no paraíso, é preciso seguir algumas regras. As mulheres não podem mostrar nem os ombros, nem as pernas. E ninguém entra de chapéu. E o coração tem que estar perfeito.

Na época que esse templo foi construído, só reis, nobres e autoridades religiosas tinham acesso a esse lugar. Hoje, claro, é diferente: quase todo mundo pode ter seus 15 minutinhos no paraíso.

O esforço compensa. A morada dos deuses não tem muito luxo. O que realmente impressiona é a visão. O sol indo embora, se despedindo da cidade de Angkor.

O Camboja vem usando o turismo para tentar mudar sua imagem de extrema pobreza. A cidade de Siem Reap é a que recebe mais visitantes. Gente do mundo inteiro que busca o exótico, o diferente. No centro, o ritmo é frenético, mas indo mais longe, conhecemos o Camboja dos cambojanos.

Metade da população do Camboja é muito pobre e ganha o equivalente a R$ 100 por mês. Em uma comunidade visitada pela nossa equipe, a comunidade de Wat Po, moram mais ou menos 3 mil pessoas que vivem basicamente da pesca e da agricultura.

Nas pequenas casas de madeira construídas na beira do rio, as portas estão sempre abertas para os vizinhos e até para quem vem de muito longe, como nós. Quem me dá as boas vindas é a matriarca da família, Dona Karith.

Cozinha, sala, quarto, é tudo junto. Parede só no banheiro. A comida ainda é feita em fogareiros. Toda a família - seis adultos e uma criança - dormem na sala. A cama com uma cortina protege a privacidade do casal.

A miséria do Camboja é resultado de anos de guerra. O momento mais sangrento foi a chegada ao poder do Khmer Vermelho, que obrigou a população a abandonar as cidades e viver no campo. Milhões de cambojanos morreram de fome, doenças ou foram assassinados.

A banda de músicas tradicionais do Camboja não deixa ninguém esquecer o que aconteceu por lá. Os músicos foram vítimas de minas terrestres.

Eles tocam na entrada da cidade de Angkor. E é justamente lá que está a maior aposta do Camboja para fugir da pobreza e conseguir crescer.


Esta notícia foi publicada no site Globo.com em 31 de maio de 2013. Todas as informações nela contidas são de responsabilidade do autor.
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