Disciplina - Ensino Religioso

Ensino Religioso

11/07/2014

Exposição revela sincretismo religioso em fotos

Fonte: http://ofluminense.com.br

As religiões podem ser representadas de uma maneira e através de um olhar diferente a cada cultura retratada. Pensando nisso, o fotógrafo paulista Marcos Muniz, realiza a exposição Baque Sagrado ou Travessia do Tambor, que será inaugurada hoje, às 11h, no Centro Cultural Pascoal Carlos Magno, em Icaraí. A exposição tem como temática o sincretismo religioso e apresenta fotos de um Brasil católico e umbandista, que circula com legitimidade entre os dois universos. Retrata, também, o fervor dos festejos das Congadas e Moçambiques, além da fé das pessoas envolvidas nessas intensas festividades culturais.

Por meio desta diversidade cultural, Marcos desenvolveu uma linguagem fotográfica voltada ao retrato documental - poético da temática religiosa, da resistência urbana e dos extremos culturais. Com uma linha criativa pautada pela intimidade, suas imagens traduzem a reciprocidade com o fotografado, uma característica marcante do artista, assim como um pedido para o desenvolvimento criativo de seus ensaios fotográficos e projetos audiovisuais.

Marcos Muniz graduou-se em Comunicação Social, é fotógrafo, diretor de fotografia publicitária e curador/editor de conteúdo de uma agência de comunicação. Possui uma herança multicultural, pois seu pai é baiano e sua mãe é descendente de italianos. As fotos de Marcos apresentam uma forma muito particular na sua composição. Ele explica um pouco sobre a estética de seu trabalho.

“É muito difícil na fotografia imprimir uma estética que seja apenas sua. Acho que esse é o paradigma de quase todos os fotógrafos no mundo! Sou de uma geração diferente dos grandes fotodocumentaristas das décadas de 80 e 90. Bebo dessa fonte, mas de várias outras também. Não sigo pautas cotidianas, mas sigo a que ferve meu coração. Quando pego minha câmera, fotografo aquilo que amo, o que me incomoda ou que é irônico, como a minha mostra Entre Muros e Ideias”, conta.

Em 2008, o fotógrafo expôs o projeto Homoafetividade em parceria com a Secretaria de Diversidade Sexual de São Paulo. Casais homossexuais foram fotografados demonstrando o dia a dia de desafios em situações cotidianas. Em 2009, ele morava em Londres e foi convidado para a exposição coletiva do calendário inglês: o Photo Month East London, com o ensaio Brazil: two points of views, no Spitalfields Market. Em 2012, foi premiado pelo edital Novas Fotografias do Museu de Imagem e do Som, em São Paulo. Em abril de 2013, Marcos foi um dos oito finalistas do Prêmio de Arte Conrado Wessel 2013, um dos mais importantes do Brasil. Na ocasião, o ensaio Baque Sagrado ou Travessia do Tambor foi contemplado.

Marcos diz que a relação do fotógrafo com o fotografado o atrai. Ele gosta do consenso, da intimidade e da liberdade de fazer o registro da forma que imagina.

“Com quase todas as pessoas que fotografo, em especial com o projeto sobre as Congadas e Moçambiques, uso a mesma lente, com quadros bem fechados. Prezo muito os detalhes e as texturas corporais. Tenho a sensação que com a fotografia posso tocar a alma do fotografado. É talvez uma sensação fictícia de ser dono daquele momento que nunca mais irá se repetir. Isso é envolvente”, declara.

Marcos relata quais são suas influências e diz que se interessa muito em hiper-realismo na pintura. Acredita, inclusive, que por isso tenha se interessado tanto na textura da pele, nas relações com a carne de quem fotografa.

“Na fotografia, minhas maiores influências são os clássicos da fotografia brasileira: José Bassit, Guy Veloso e Tiago Santana. Gosto muito da estética da fotografia de rua e que não seja especificamente com uma ótica documental tão séria. O ato de passear em diversos temas e depois voltar para um determinado me faz sentir à vontade para criar histórias que serão pautadas pelo inusitado, pela ocasião e pelo olhar do fotógrafo. Um projeto pode levar 10 anos para ficar pronto, como também pode demorar uma única tarde”, destaca.

Marcos diz que é a primeira vez que vem a Niterói e está muito animado e ansioso para a exposição.

“Sempre ouvi falar muito bem do público da cidade e espero que os niteroienses vejam o meu trabalho de uma forma singular e diferente. Que seja um sucesso e que eu possa voltar mais vezes”, torce.

O Centro Cultural Pascoal Carlos Magno fica na Rua Lopes Trovão s/nº, Campo de São Bento, Icaraí, em Niterói. Das 10h às 17h. Sábados, Domingos e Feriados, das 10h às 15h. Entrada Franca. Telefone: 2610-5748.

Esta notícia foi acessada em 08/07/2014 no site Notícias de Niterói. As informações contidas são de responsabilidade do autor.
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